quinta-feira, 9 de abril de 2009

Capítulo 3

Player do Twitter

Durante o almoço, às 15hs, consegui esquecer o dia até então agitado que havia presenciado desde que me coloquei de pé. Lembrei-me dela. Veio um relance a leitura do tweet informando sua convalescênça. Que bom acontecer um dia assim tão acelerado, que me fez não remoer pela garota, pois sua ausência seria uma verdadeira entoada de lamento ao meu coração. Eu nutri exacerbada ansiedade em acompanhá-la o dia todo. “Nem falo, não vou trabalhar hj, doente :( :(.” #mimimi. Era terça-feira. Quase chorei também. O ventilador Britânia meia-boca não era suficiente para dar conta dos últimos dias de Verão. O calor estava insuportável, só não era maior que a minha tristeza. Fiquei abalado. O furor, a raiva e a ira me levaram a twittar feito um louco. Parece que eu quis adiantar o trabalho de uma semana em uma hora. Adiantei. Procurei e selecionei centenas de novos perfis, descobri o migre.me, fiquei insano na arte de retwittar. Hashtags não tinha para ninguém nas nuvens da Twittosfera, baixei ferramentas, aplicativos, encaixei mensagens, fiz novos amigos e continuei clicando feito um desvairado nos links e arquivando tudo no Delicious. Termino o dia com 100 seguidores a mais. Não durmo, empolgo, quero mais. O Twitter virou um jogo, durante 48 horas larguei novamente todos os outros afazeres e fiquei competindo compulsivamente com todos os outros twitteres. “Bem que a Claro poderia atender minhas reclamações.. aff” #claroqnao. Quinta-feira à tarde, um tweet dela, mesmo assim esqueço-me da garota.

Mas ela não. Fez questão de dividir comigo – tudo bem vai, com sua amiga – o seu retorno triunfal. “NTC.. bj d+, now #churrascamp”.

Talvez um soco do velho Holyfield fizesse menos estrago. Na sexta-feira, acordo doente. Fico o fim de semana sem ao menos chegar próximo ao computador, iPhone, iTouch ou qualquer equipamento conectado à internet. A segunda-feira me parecia tão distante. O tempo, agora, era outro e não era o do Twitter. #off

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